O dólar acelerou o ritmo de alta nesta segunda-feira (16) e marcou R$ 5,02, caminhando para fechar o dia em nova máxima histórica, mesmo após o anúncio de pacotes de estímulo à atividade econômica no Brasil e também fora do país.
Às 16h49, a moeda norte-americana subia 4,7% a R$ 5,04.
Na véspera, bancos centrais globais agiram agressivamente para tentar sustentar a economia em meio à pandemia de coronavírus. O Federal Reserve, banco central dos EUA, cortou os juros para perto de zero, e prometeu centenas de bilhões de dólares em compras de ativos e apoiando autoridades estrangeiras com a oferta de financiamento barato em dólar.
"Hoje, os mercados internacionais deveriam repercutir positivamente às ações adotadas neste final de semana pelos bancos centrais", disse em nota Ricardo Gomes da Silva, da Correparti Corretora. "Entretanto, nem mesmo as ações emergenciais estão sendo capazes de conter o pânico que se assola sobre os mercados nessa manhã."
Segundo analistas, a decisão dramática e inédita do Fed, apesar de buscar estimular os mercados, apenas destaca o quanto o coronavírus está afetando a economia global, forçando as autoridades monetárias a colocar em ação suas ferramentas disponíveis.
"Apesar de (intervenções de BCs) serem estímulos positivos à economia, as preocupações quanto ao grau de desaceleração econômica global foram elevadas", opinou a XP Investimentos em nota. "Além disso, acreditamos que (...) os bancos centrais, ao já terem anunciado tantas medidas em tão pouco tempo, podem ficar de mãos atadas. As ações podem ter seus efeitos ainda mais limitados na ausência de medidas fiscais."
No Brasil, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta segunda-feira, em reunião extraordinária, medidas para ampliar a oferta de crédito e facilitar a renegociação de dívidas, também em uma resposta aos potenciais impactos do coronavírus sobre a economia brasileira.
Na sexta-feira, o dólar subiu 0,57%, a R$ 4,8128, novo recorde de encerramento. No ano, acumula alta de mais de 23%.
Fonte: CNN BRASIL