O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (20) que o governo federal vai "uniformizar" as medidas de restrição adotadas em todo o país para evitar a disseminação do novo coronavírus. Segundo Bolsonaro, a articulação será comandada pelo ministro-chefe da Casa Civil, o general Walter Braga Netto.
"Não pode cada governador tomar a medida que achar melhor", disse. "Teve um estado do Brasil que só faltou o governador declarar independência do mesmo, fechando rodovias, fechando aeroportos, que não é de competência dele. Então, vamos uniformizar, porque a economia não pode parar", argumentou.
Entre as justificativas para a centralização administrativa, o governo federal menciona que a disseminação do coronavírus já está além das fronteiras dos estados e que há a necessidade de manter a produção e circulação normal de mercadorias, para evitar desabastecimento. Está fora do planejamento atual o fechamento das divisas entre estados.
"O Brasil vai ter que entender que nós somos um todo, um continente e que estamos todos com transmissão sustentada. Essa divisão de estados é uma divisão administrativa, as pessoas moram nas cidades, e nós vamos centralizar e organizar essa situação de acordo com os cenários", afirmou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM). "Temos produtos são produzidos para combater a questão do coronavírus e precisam ser transportados", corroborou o presidente Jair Bolsonaro.
Divergência
Nos últimos dias, o governo federal e os governos estaduais vem entrando em conflito pelas medidas adotadas para conter a propagação do novo coronavírus. Em transmissão ao vivo na quinta (19), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as restrições adotadas são excessivas e podem provocar danos à economia brasileira.
"Algumas autoridades estaduais estão tomando medidas. Tem gente que critica, tem elogio também, mas eu deixo claro remédio quando é excessivo pode fazer mal ao paciente. Uns querem fechar supermercado, outros querem fechar aeroporto, outros querem impor barreira na entrada dos estados. A economia tem que funcionar, porque caso contrário as pessoas vão ficar em casa e não vão ter o que se alimentar", disse o presidente.
Segundo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ele e os outros governadores estão fazendo "aquilo que ele [Bolsonaro] não faz". “Nós estamos nos reunindo com as autoridades e tomando as atitudes necessárias. Nós estamos fazendo o que ele deveria fazer como líder do país, mas não faz”, afirmou.
FONTE: CNN