O líder venezuelano Nicolás Maduro acusou o presidente Jair Bolsonaro de levar o Brasil a um “conflito armado” contra a Venezuela. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa em Caracas nesta sexta-feira 14.
“Bolsonaro está arrastando as Forças Militares do Brasil para um conflito armado contra a Venezuela, ao amparar um grupo de terroristas que atacou um quartel militar venezuelano”, disse Maduro à imprensa internacional.
O chefe de Estado se referia ao assalto de militares desertores contra um destacamento da Força Armada venezuelana no estado Bolívar (sul, na fronteira com o Brasil) em 22 de dezembro. Na ocasião, um agente morreu e fuzis e lançadores de foguetes foram roubados. Seis militares foram presos e cinco pediram refúgio no Brasil.
Maduro afirmou que Bolsonaro, a quem tachou de “fascista”, “está por trás das ameaças terroristas contra a Venezuela, embora os militares brasileiros não se prestem a isso”. Segundo ele, “há terroristas no território brasileiro preparando ataques e incursões militares contra a Venezuela”. Diante desse contexto, o líder venezuelano afirmou que seu país “tem o direito de se preparar”, justificando assim as manobras previstas para este fim de semana.
Segundo o venezuelano, 2,3 milhões de combatentes da Força Armada Bolivariana e da Milícia – corpo civil que atualmente integra a estrutura militar – serão mobilizados no “exercício Escudo Bolivariano 2020”. “Estamos mobilizando todos os sistemas de mísseis terra-ar, terra a terra, os sistemas de foguete, todas as formas de defesa antiaérea, aérea, terrestre, em todo o território nacional, para nos prepararmos, para defender o direito à paz, à integridade territorial”, detalhou.
O Brasil é um dos 50 países que consideram ilegítimo o segundo mandato de Maduro e reconhecem o opositor Juan Guaidó como presidente nterino autoproclamado.