O “Jornal da Record” dedicou alguns minutos da sua edição desta segunda-feira (26) para falar sobre jornalistas da Globo e GloboNews que teriam recebido dinheiro público para palestras do Senac. Os dados foram divulgados pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), que ainda fez ameaças à imprensa.
A Record, então, comentou sobre auditores estarem questionando a vinculação dos temas das palestras de profissionais da concorrente com a missão do Senac para promover a educação profissional.
“Uma auditoria feito no Senac do Rio de Janeiro questiona a contratação de jornalistas para evento da entidade em 2016, bancado com dinheiro público”, comentou o telejornal.
A emissora cita como exemplos de palestrantes os jornalistas Merval Pereira, que teria falado sobre crise econômica, impeachment e chegada de Michel Temer ao poder, o ex-comentarista Samy Dana – com tema sobre desburocratização e empreendedorismo – e Rodrigo Pimentel, para fazer um paralelo entre a realidade de um batalhão e as empresas no cenário comercial.
A apresentadora da Globo Giuliana Morrone também foi citada na reportagem. Ela teria recebido R$ 270 mil para contar sobre como pequenos empresários de Nova York enfrentaram a recessão americana de 1929.
“Em outra parte, os auditores do Senac cobram a apresentação do contrato, comprovantes de pagamento e evidência da prestação de serviço dos seguintes jornalistas: Flavia Oliveira, Flavio Fachel e Lilia Teles”, afirmou a reportagem do “Jornal da Record”.
A emissora de Edir Macedo ainda exibiu uma fala de Bolsonaro, em entrevista com jornalistas, criticando os profissionais que teriam recebido a verba pública. “Eu falei que não ia dar entrevista. Eu não vou dar entrevista, só vou falar com vocês. Não sei o porquê, com coincidência, esse pessoal é o que mais desce o pau em mim”, disse ele.
“Não encontra nada de bom na minha pessoa, só sou péssimo. Enquanto eles estavam ganhando dinheiro aqui, não criticavam com a devida Justiça os governos anteriores. Ou seja, colunistas importantes, que fazem opinião pública, recebem dinheiro público para desinformar”, completou o presidente, que ainda criticou o fato das palestras terem sido contratadas sem concorrência.
A Record afirmou que procurou a assessoria da Globo, que “informou que nem a empresa, nem os jornalistas, vão se pronunciar sobre o assunto”. Já o ex-comentarista de economia Samy “disse que fez palestras também em outras unidades do Senac no Rio de Janeiro e apresentou as notas”.