De cada R$ 10 doados para a reconstrução do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, R$ 4,27 vieram do governo alemão. O incêndio que atingiu telhado, parte da construção bicentenária e itens do acervo completa um ano em 2 de setembro. Com R$ 1.394.752 já repassados à Associação Amigos do Museu Nacional (SAMN), que gerencia as contribuições, a Alemanha é o principal doador.
Foram transferidas duas parcelas, a primeira de 180,8 mil euros (R$ 757,5 mil na cotação da época do depósito) em dezembro, e a segunda de 145,3 mil euros (R$ 637,2 mil), em junho, de um total de 1 milhão de euros (cerca de R$ 4,6 milhões) prometidos pelo Ministério do Exterior alemão.
O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, afirma que a primeira parcela vinda da Alemanha foi essencial para garantir a recuperação inicial de parte do acervo, pois permitiu a aquisição de equipamentos de resgate e identificação dos itens.
"A Alemanha foi tão generosa com o país que, se não fossem os 180 mil euros, talvez a gente não tivesse nem a metade do sucesso que tivemos", pontua. Em maio deste ano, Kellner se encontrou com Michelle Müntefering, secretária de Cultura do Ministério de Relações Exteriores da Alemanha, e recebeu a confirmação da segunda parcela de recursos, transferida no mês seguinte.
O Ministério do Exterior alemão confirmou à DW Brasil os valores repassados. "Trata-se do maior museu natural e etnológico da América Latina, que continha artefatos importantes e exposições únicas de valor insubstituível", afirmou o ministério em nota.
No total, as contribuições estrangeiras até o momento somam R$ 1,65 milhão e, além do auxílio alemão, incluem doações de dois órgãos britânicos e do Fortune International Group, dos Estados Unidos. Esse valor equivale a 50,7% do total de R$ 3,2 milhões já recebidos pela SAMN para a reconstrução e apoio a atividades do museu após o incêndio.
Doações de pessoas jurídicas e físicas do Brasil são responsáveis pela outra metade das contribuições, sendo que R$ 1 milhão veio da mineradora Vale. Dos R$ 600 mil restantes, segundo a presidente da SAMN, Vera Lucia Huszar, 90% foram contribuições particulares.