Se não bastasse o terror que a dengue vem tocando no nosso país ultimamente, eis que existe outro vírus que pertence à mesma família e que dá “Zika”. Não, caro leitor, não estamos brincando com o nome da doença nem tentando criar trocadilhos divertidos. Apesar de soar inusitado, é assim que a enfermidade provocada pelo vírus é conhecida.
O Zika vírus foi isolado pela primeira vez a partir de um macaco Rhesus (Macaca mulata) dafloresta de Zika, em Uganda, em meados da década de 40, e em humanos ele foi isolado no final dos anos 60 na Nigéria. Desde então, o vírus se espalhou para várias partes do continente africano, além de chegar até a Europa, Ásia e Oceania.
Visitante indesejado
Transmitido por diversas espécies de mosquitos do gênero Aedes — incluindo oafricanus, apicoargenteus, furcifer, luteocephalus e vitattus —, aqui no Brasil o Zika vírus encontrou no Aedes aegypti, mesmo inseto transmissor da dengue, da febre amarela e da chicungunha, o vetor perfeito de transmissão. Aliás, ele provavelmente chegou ao nosso país com os turistas que vieram para acompanhar a Copa do Mundo no ano passado.
De acordo com uma reportagem do G1, o vírus foi identificado em terras brasileiras por dois pesquisadores do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia depois que uma doença misteriosa começou a preocupar a população de Salvador e região metropolitana. Esta é a primeira vez que o Zika é identificado na América Latina, e a confirmação veio após uma análise mais detalhada de amostras de sangue de pacientes infectados.
Deu Zika
Após o contágio, o período de incubação pode levar de 3 a 12 dias, e os sintomas da febre Zika são bem parecidos com os provocados pela dengue. Assim, é comum que os infectados sofram de dores nas articulações, corpo e cabeça, febre, náuseas, diarreia e mal-estar. Além disso, outros sinais da doença são a fotofobia, a conjuntivite e erupções cutâneas por todo o corpo, incluindo as palmas das mãos e as plantas dos pés, acompanhadas de muita coceira.
Da mesma forma como acontece com a dengue, não existe vacina contra o Zika vírus e o tratamento é sintomático. Isso significa que os sintomas normalmente são amenizados com o uso de anti-inflamatórios não-esteroides, bem como de analgésicos e antitérmicos que não contenham ácido acetilsalicílico em sua composição. É o próprio organismo dos doentes que se encarrega de combater o vírus.
Por certo, lembrando que o Zika vírus é transmitido pelo Aedes aegypti, isso significa que a população deve ter mais cuidado pela manhã e ao fim do dia — quando o mosquito é mais ativo —, assim como em períodos de muito calor e chuva. Além disso, é preciso evitar o acúmulo de água em vasos de plantas, potes, garrafas, pneus, calhas, bacias etc., assim como manter caixas d’água, cisternas, tanques, barris e recipientes do tipo devidamente fechados.