Dilma questiona na Justiça pesquisa que mostrou Aécio à frente na corrida presidencial
outubro 13, 2014
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A presidente e candidata Dilma Rousseff (PT) recorreu à Justiça Eleitoral contra “supostas irregularidades” em uma pesquisa de intenção de voto do Instituto Paraná, a qual apontou, na semana passada, o rival Aécio Neves (PSDB) bem à frente da petista na corrida presidencial.
Dilma e sua coligação Força do Povo, que engloba nove partidos, querem acesso à metodologia detalhada utilizada pelo instituto para se chegar aos resultados, que mostraram Aécio Neves com 54% das intenções de voto e Dilma, com 46%.
A pesquisa, divulgada no meio da semana passada e a primeira sobre a corrida presidencial a ser divulgada após o primeiro turno, recebeu substancial cobertura da imprensa, inclusive do Yahoo, apesar de o instituto não ter outras pesquisas registradas no TSE neste ano nem nas eleições regionais de 2012.
O custo informado da pesquisa (registrada como BR-01065/2014 no TSE) foi de R$ 62 mil. O instituto, como consta no registro to TSE, fez a pesquisa por conta própria.
O Yahoo não conseguiu contato no fim de semana, tampouco encontrou registro do Instituto Paraná nas eleições de 2010 na página do TSE para acompanhamento de pesquisas eleitorais desse mesmo ano.
O ministro Tarcísio Vieira, do TSE, decidiu favoravelmente ao pedido de Dilma e sua coligação, e o instituto terá que disponibilizar "acesso ao sistema interno de controle, verificação e fiscalização da coleta de dados da pesquisa de opinião registrada na Justiça Eleitoral”, de acordo com nota no site da Justiça Eleitoral.
A alegação da coligação é de que houve um "superdimensionamento do percentual de eleitores com nível superior, ausência de indicação, no momento do registro, do percentual considerado para cada nível de escolaridade, falta de critérios para ponderação quanto ao nível econômico do eleitor, indicação do próprio Instituto como contratante da pesquisa e ausência de designação dos estados e municípios em que se realiza a coleta de dados.”
Institutos de pesquisas eleitorais mais conhecidos incluem Ibope, Datafolha e Vox Populi, que neste ano já divulgaram dezenas de pesquisas de intenções de voto cada um. Nesta semana, o Yahoo fez um balanço de erros e acertos do Ibope e do Datafolha sobre as pesquisas de primeiro turno, quando o primeiro errou 45% por cento das previsões, e o segundo, 63%.
Os institutos argumentam que não fazem previsões eleitorais, mas apenas medem a intenção de voto do eleitor.
Reportagem especial do Yahoo em setembro mostrou o argumento de um estatístico veterano, que disse que o problema das pesquisas eleitorais não está no dado total das intenções de voto, e sim na margem de erro divulgada, já que é impossível prevê-la nos padrões metodológicos utilizados - ou seja, essa margem pode alterar drasticamente o resultado.
As pesquisas de opinião, embora sejam um termômetro da corrida eleitoral e praticamente a única referência das campanhas sobre a colocação dos candidatos, podem gerar algumas distorções no cenário eleitoral. Por exemplo, um eleitor que apoia X, pode votar em Y, melhor colocado nas pesquisas, para que Z tenha menos chances. Outra distorção pode ser o menor recebimento de doações para as campanhas de candidatos pior colocados nos rankings.
FONTE: YAHOO
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